Blogue Iniciado em 31 Julho de 2008

Trova Nossa

Este Blog pretende ser um espaço de informação sobre várias matérias relacionadas com a Música e o Som de uma forma geral, mas irá ter uma preocupação muito especial com a nossa música tradicional, por um lado, e, por outro, com as Músicas do Mundo.
Estará, como é óbvio, à disposição de todos os que queiram colaborar nesta tarefa de divulgar a a nossa música e enriquecer, com o seu contributo, este espaço que se pretende de partilha.

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sábado, 12 de setembro de 2015

Cirio de Vila Chã e Casais Galegos à Misericórdia...Tradição com mais de sete séculos.

Nos passados dias 7,8 e 9 de setembro, colaborámos na realização deste Círio de Vila Chã e Casais Galegos à Misericórdia. Vila Chã e Casais Galegos são duas localidades que pertencem à Freguesia de Ventosa, no concelho de Alenquer. As gentes destes locais, mantêm esta tradição desde o remoto ano de 1253, há, portanto 762 anos.





Capela de Nossa Senhora da Misericórdia  
Casal da Misericórdia, Moita dos Ferreiros - Lourinhã 

Mas o que levará esta gente a manter esta tradição durante tanto tempo? E porque  começaram a fazer isto? Que razões levam as pessoas a deslocar-se de um local no concelho de Alenquer, até um outro, localizado no concelho da Lourinhã, já muito próximo do Bombarral, com carros e tratores enfeitados e, ao chegar cumprir um ritual secular, permanecer aí durante dois dias, dormindo ao relento e regressar, cumprindo outras partes do ritual, dois dias depois?
Vamos contar um pouco da história, que faz parte de um prospeto de divulgação deste círio, publicado pela organização da edição de 2015, os irmãos, Maria Albertina Apolinário e Luis António Apolinário:

" Ao Santuário da Nossa Senhora da Misericórdia, acorreram, desde tempos remotos, oito círios que percorriam grandes distâncias, em devoção a Nossa Senhora, em cumprimento de promessas antigas. São eles: O Círio de Vila Chã e Casais galegos, Círio da Aldeia Grande, Círio dos Penedos, Círio de Vila Verde dos Francos, Círio da Labrugeira e, por fim, o Círio do Vilar, que, em peregrinação, rumavam anualmente, para aqui celebrar, todos os anos, as festividades da Natividade de Nossa Senhora, nos dias 7,8 e 9 de setembro. Em tempos houve, também, o Círio de Peniche, que se deslocava em romaria a esta capela, pela Páscoa, celebrando o Divino Espírito Santo. 
Hoje em dia, co esforço, dedicação e muita devoção, são cinco  os círios que realizam estas peregrinações anuais.
Esta tradição que, como referimos, tem já 762 anos, teve o seu início com o Círio de Vila Chã e Casais Galegos, que, por razões de escassez de água para as suas sementeiras, foram pedir auxílio a esta Senhora. Pensa-se que, por volta de 1600, por influência de uma epidemia fatal, tenham surgido os Círios de Vila Verde dos Francos e da Labrugeira.  Mais tarde, por volta de 1713, em cumprimento de uma promessa antiga, organiza-se o Círio da Aldeia Grande.
Durante séculos a peregrinação realizada por estes cinco círios, era efetuada em juntas de bois e carroças, percorrendo percursos bastante atribulados, demorando um dia e 3 ou 4 horas de viagem. Fruto da evolução, estes hábitos foram-se alterando, sendo o percurso, atualmente, efetuado por tratores agrícolas e carrinhas de caixa aberta, reduzindo significativamente a duração  para cerca de duas horas de caminho."

Vamos explicar melhor a concretização deste ritual.
O círio começa com o peditório, algum tempo antes. No caso concreto, começou a 30 de agosto, com os festeiros e o gaiteiro, como é de tradição a percorrerem as localidades envolvidas, pedindo para o círio e aceitando as encomendas dos bolos de ferradura.



O peditório...


O peditório foi realizado cinco lugares, Freixial de Cima, Freixial do Meio, Parreiras, Casais Galegos e Vila Chã. Começámos às 9h e acabámos perto das 21h, já de noite.

No dia 5 de setembro, sábado, mais uma etapa. Foi a"Entrega dos Mordomos". Trata-se de uma tradição muito interessante, na qual os responsáveis pelo círio, que no dia do peditório aceitaram encomendas dos Bolos de Ferradura (aqui apelidados de Mordomos), típicos da região Oeste, marcam um dia para a entrega dos mesmos e, nesse dia, em pontos chave de cada localidade, fazem a sua distribuição, sempre acompanhados do gaiteiro. 






Entrega dos "Mordomos"... 

O curioso é que, para além dos bolos, distribuem, também, vinho que irá servir para acompanhar a degustação dos mesmos. A distribuição começou às 18h, em Freixial de Cima, seguido de Parreiras e Casais Galegos e terminou já noite dentro, pelas 22h, em ambiente de festa, na localidade de Vila Chã.

E o dia do círio chegou!... No dia 7 de Setembro, segunda feira, o Círio de Vila Chã, em conjunto com o de Casais Galegos e ainda o de Aldeia Grande, rumaram à Misericórdia, onde ficaram até dia 9, quarta feira. 





Organizou-se o Cortejo em Vila Chã e seguiu em procissão até à saída da localidade, em direção a Casais Galegos. Aqui, juntou-se o cortejo desta localidade e ambos seguiram até à Aldeia Grande. 




O Círio da Aldeia Grande, bem maior que os que acompanhávamos, reunia um significativo número de carros, todos engalanados. seguramente umas duas dezenas de carros que seguiram em procissão com as bandeiras e os pendões à frente do cortejo, ao toque do gaiteiro, com temas religiosos, seguiu até às localidades vizinhas de Casais da Valentina e Valentina, também elas integrantes deste círio da Aldeia Grande.

Pelo caminho há uma paragem obrigatória na capela de Casal Novo dedicada ao Imaculado Coração de Maria. Aqui, para além de se fazerem algumas orações individuais e o gaiteiro tocar músicas de louvor a Nossa Senhora, alguns dos habitantes locais preparam um lanche que oferecem aos romeiros dos círios.


Capela do Imaculado Coração de Maria
Casal Novo, Moita dos Ferreiros - Lourinhã 

Chegados à localidade de Casal da Misericórdia, na Freguesia de Moita dos Ferreiros, concelho da Lourinhã, onde se situa a capela, cada círio organiza a sua procissão que, após dar três voltas à capela, termina com a entrada nesta, para que os romeiros possam agradecer as graças concedidas ou cumprindo as suas promessas ou pedir outras graças e bênçãos a Nª Srª da Misericórdia.








Depois dos compromissos religiosos vem a festa e a animação, sempre presentes nestas ocasiões em que as pessoas se reúnem, em volta de tradições e rituais de caráter mais espiritual.
A animação durou até à noite e, no caso do círio da Aldeia Grande, foi pela noite dentro.
O dia seguinte, dia 8 de setembro, foi o dia da Missa Solene. Era o dia da Natividade de Nossa Senhora e o cântico de Entrada, bem como o Cântico final, dedicados a Maria, foram acompanhados com órgão e gaitas de foles. Foi lindo!...






Depois... foi a animação e o almoço em jeito de piquenique.






No dia 9 de setembro era o regresso. Chegava ao fim o Círio de Vila Chã e Casais Galegos. Após a missa, ainda na Misericórdia, os círios regressam às suas localidades de origem.
Era, também, o dia da "Entrega da Bandeira" aos "Festeiros" do próximo ano.
Este ano coube a Vila Chã e no próximo ano a Casais Galegos. 
Começámos com alguma animação junto à Associação de Vila Chã.


Depois, lá fomos em procissão, ao som de gaita de foles, com repertório religioso, de Vila Chã até Casais Galegos, para entregar a "Bandeira" (pendão do círio, com a imagem de Nª Srª da Misericórdia), na casa da "festeira" do próximo ano.








Foi uma experiência muito interessante e gratificante  na qual participámos na qualidade de gaiteiro.
Mais uma tradição que vivenciámos e que aqui divulgamos, com o propósito de ajudar a  preservar e incentivar os intervenientes, para que não se percam na voragem destes tempos, pouco propícios a rituais baseados nos valores espirituais, de um povo que tem sobrevivido suportado  nestes valores.








terça-feira, 7 de julho de 2015

O Povo Que Ainda Canta - Páscoa em Loriga

Por Trás das Câmaras...

De 3 a 6 de abril, deslocámo-nos a Loriga, com uma  equipa do projeto MPAGDP - A Música Portuguesa A Gostar Dela Própria, liderada pelo realizador, Tiago Pereira, integrando, ainda, a Cláudia Faro Santos e a Telma Freitas Morna.
O projeto inicial era recolhermos imagens dos rituais da Semana Santa, nomeadamente a Ementa das Almas e algumas cantigas do Cancioneiro da Vila de Loriga e do Cancioneiro do Pe. Jaime Pereira, Alegrias Populares, bem como ouvir algumas das pessoas que têm memórias vivas das tradições musicais da região, mas com especial incidência nas da Quadra Pascal, em Loriga.


O primeiro dia foi de adaptação, mas não deixámos de começar a gravar com um grupo improvisado de pessoas que fomos encontrando pela rua. Três mulheres, a Adélia Prata, a Irene Mendes e a Teresa Gouveia e três homens o António Dias, o Fernando Pereira e o Zé Correia. Depois da concordância das pessoas,  havia que encontrar um local para gravar. Aqui, o Tiago, começou logo a revelar o grau de exigência que coloca na escolha, criteriosa dos cenários. À terceira tentativa, lá encontrámos o "decor" ideal para começar a gravar. Iniciámos com uma cantiga que toda a gente sabe, pelo menos os mais antigos, têm-na na sua memória e os mais novos, ouviram-na aos grupos que foram surgindo, após as recolhas do Mestre Ascensão, nos anos 70/80. Trata-se do Adeus Terreiro do Fundo, que foi gravado no Terreiro do Fundo, no quintal da antiga casa do "Mestre Carlos Simões".
É, precisamente, esta cantiga que abre o 21º episódio da Série Documental, O Povo Que Ainda Canta, emitida pela RTP 2, todas as quintas-feiras. Este episódio tem por título: Páscoa em Loriga.



Mas também as cantigas do teatro foram lembradas e registadas. Bem como as Loas à Srª da Guia.
Registámos um diálogo cantado, a Rita e o Manecas, que foi uma das pérolas das Melodias de Sempre, que se cantavam  no teatro, nos idos anos 50,60 e 70. O par que deu voz a este sucesso era composto pela Teresa Gouveia e o Fernando Pereira.

À noite, realizava-se a Procissão dos Passos, com quadros de uma grande riqueza cénica, como o Encontro e o Canto da Verónica, preparámos tudo para que, quando chegasse a altura, pudéssemos registar todos os pormenores deste ritual ancestral. E assim, registámos partes da procissão e o Canto da Verónica, interpretado pela Aurora Romano, que há 40 anos assegura este ritual.


No final da Procissão dos Passos, ainda houve tempo de registar os depoimento de um dos autores do Cancioneiro da Vila de Loriga, o António Luis de Brito.


Por volta das duas horas da madrugada iniciava-se o canto dos Martírios, integrado no Ritual da Ementa das Almas, cantado da Sexta-Feira Santa. Registámos um dos diálogos entre o Victor Moura e  o Mário Amaro, no Adro e Terreiro do Fundo. Ainda tentámos registar diálogos noutros locais, mas as condições de luz não o permitiram.


No final, acompanhámos a arruada, registando imagens do canto da Mãe Dolorosa, na confluência da Rua Viriato com a Rua do Santo Cristo e no Adro, junto à fonte. Como a luz era fraca até nos socorremos do reforço de iluminação, dos faróis de um carro, que na altura estava a passar por ali.


Terminada  a arruada havia que combinar como juntaríamos o grupo para gravar a arruada da Quaresma ou seja, o cântico dos Passos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Como havia indisponibilidade de vários elementos para reunir o grupo no sábado, decidiu-se que faríamos a gravação naquele momento, dentro da igreja. Tal decisão deve-se ao facto de haver a possibilidade de ter acesso à chave, por parte do Victor Moura.
A acústica e a iluminação da igreja, permitiram, assim, uma melhoria significativa da qualidade da gravação e da imagem.
Eram praticamente cinco horas da madrugada quando finalizámos.


Na manhã seguinte, já muito próximo da hora do almoço rumámos ao Aguincho, onde o Carlos Brito, nos havia prometido um encontro com elementos das "Concertinas da Teixeira".  Almoçámos no Viveiro das Trutas e a seguir ao almoço, já perto das 15 horas, lá apareceu o José Domingos, com a sua concertina. Como todas estas coisas são combinadas ao momento, fomos encontrar o cenário ideal para gravar, na Ribeira de Alvôco, nas traseiras do Viveiro.


Este dia foi todo passado fora de Loriga. A paragem seguinte era Alvôco da Serra. Parámos na Igreja, onde nos esperava o sacristão, o Sr. João Belarmino que é  um autêntica enciclopédia viva.


Falou-nos das tradições de Alvôco da Serra, do Cancioneiro Alegrias Populares, do Pe. Jaime, com quem conviveu muitos anos e dos rituais da Semana Santa, nomeadamente a procissão do Enterro do Senhor e do Canto da Verónica, que aqui, ao contrário de Loriga, ocorre na Sexta e não na Quinta-Feira Santa. A procissão começa, precisamente, com o Canto da Verónica dentro da igreja.
Aguardámos, então, pela hora da procissão, que teria lugar antes da de Loriga, que também queríamos registar. Como o Pe. João é pároco das duas paróquias e teria que assegurar os dois rituais, permitiu-nos o registo de ambas.



Sem demora, após ter registado a fase inicial da Procissão em Alvôco da Serra, rumámos a Loriga,  onde a guardámos o início da procissão, da qual se registaram, várias passagens, tendo como principal preocupação no registo do som da Banda Filarmónica, que normalmente acompanha o Enterro do Senhor com uma Marcha Fúnebre.




Terminara o segundo dia e o merecido descanso chegou, bem mais cedo que na noite anterior. 
O sábado iria ser, também, um dia repleto de trabalho.
Começou pelas 9:30h com registo do depoimento que iria ser a narrativa do programa. No quintal da casa onde ficámos alojados, com vista para a magnífica paisagem da Canada e da Penha d'Águia, durante cerca de 20 minutos falámos de todas as vivências da juventude em Loriga, das investigações e dos estudos que ao longo da vida fomos efetuando e da paixão que sentimos por todos os rituais e tradições da nossa terra. Tentando explicar cada um dos rituais, cada uma das tradições, enfatizando a saudade com que recordamos esses momentos e a profundidade dessas memórias.


Como não havia tempo a perder, quando terminámos já nos esperavam o Fernando Ortigueira, o Gabriel Pina e o Carlos Pereira, com quem iríamos registar o Fado de Coimbra e recordar as "tertúlias" de Loriga, nas barbearias, alfaiatarias, sapatarias ou um qualquer "balcão" onde se juntavam os "habitués" destes encontros musicais.



Durante a manhã, ainda houve tempo para registar a Ementa das Almas. Na Capela da Nª Srª do Carmo, gravámos o Cântico da Ementa, que se canta nos sábados da Quaresma. Tendo como protagonistas o Carlos Marques o Carlos Pereira nas vozes e a Rita Almeida no clarinete.


Antes do almoço ainda se conseguiu registar um momento com o Gabriel Pina, recordando o grupo "The Karts", uma formação musical inspirada na Beatlemania, que nos anos 60, também chegou a Loriga. O Gabriel executou na guitarra o imortal tema dos "Animals", The House of Rising Sun. Também a Rita Almeida nos brindou com um belo solo de clarinete, momento que também foi registado em video.


E era chegada a hora do merecido almoço. 
Todas as refeições que fizemos em Loriga, tiveram lugar no Restaurante Império, onde fomos sempre muito bem servidos, levando a equipa uma ótima imagem de Loriga, também neste capítulo.
A tarde estava programada para registar tradições de Alvôco da Serra, mas pelo caminho, ainda havíamos de registar um momento do pastor Abílio Correia, junto do seu rebanho.
Fomos encontrá-lo, um pouco acima da "Casa do Guarda" no caminho de Cabrum. Local onde, segundo nos havia garantido de manhã, o gado estaria, após o almoço. E não se enganou! Afinal, à hora combinada lá estava ele mais o seu rebanho, no local acordado.


Rumámos, em seguida, para Alvôco da Serra, onde nos esperava um grupo de pessoas que se dispôs a reviver as Danças na Eira e a cantar as cantigas que chegaram até nós, através da tradição oral e que o Pe. Jaime Pereira registou, há muitos anos, no seu cancioneiro, Alegrias Populares.
Começámos por ouvir as "Velhinhas" que o Tiago Pereira tanto gosta.




Depois fomos para a Eira e começou o "baile", primeiro com a moda cantada e dançada, Anda lá Para Diante. Depois com o Fado Mandado, como aqui era conhecido, já que em outras regiões lhe chamam Fado Corrido ou Fado Batido, acompanhado pelo realejo, harmónica de boca ou gaita de beiços, nomes vulgarmente atribuídos a este instrumento. Era assim que em tempos idos se convivia. Com uma gaita de beiços, armava-se um baile.




Como ao longo dos dias fomos recolhendo informações novas, através dos vários interlocutores, surgiu em determinada altura a informação que nós já conhecíamos, mas que era uma novidade para o Tiago, de que a tão propagada cantiga, Apita o Combóio era oriunda da região. O Tiago pediu-nos logo: - Temos que arranjar uma velhinha para gravar  essa cantiga.
Pois bem! Era o passo seguinte. Já ao cair da tarde regressámos a Loriga, com a preocupação de resolver a questão: Onde é que nós íamos arranjar uma velhinha? 
Entretanto, fez-se luz! Dirigimo-nos à Casa de Repouso Nª Srª da Guia e gomo pedir á D. Adélia Mourita que viesse connosco para gravarmos umas cantigas, uma vez que ela foi, também uma das fontes do Cancioneiro da Vila de Loriga. Aceitou de imediato e dirigimo-nos ao recinto da Nª Srª da Guia. Na descida para o recinto encontrámos o enquadramento certo e, sentada no " cômbaro" lá nos cantou, entre outras modas, o Apita o Combóio.


O terceiro dia chegava ao fim. Mas... muito ainda havia para fazer. Antes de mais descarregar os cartões para o computador, carregar as baterias, pois, no dia seguinte ainda havia registos a fazer.
A jornada estava quase concluida.
No domingo de manhã, dia de Páscoa, tem lugar a Procissão da Ressurreição. Foram os primeiros registos do dia, começando, desde logo, pela banda da Sociedade Recreativa e Musical Loriguense.


Em seguida, alguns planos da Procissão.


Logo após a Procissão, aproveitando o facto de o homem ter saído de casa para acompanhar a mesma, conseguimos o acordo do Sr. António Luis Amaro, principal fonte do Cancioneiro da Vila de Loriga, para fazermos um pequeno registo com ele. Lembrámo-nos de que o cenário ideal para este registo seria o Tapado, onde o Sr António cresceu e ainda cultiva alguns terrenos. Aqui as suas memórias estariam mais vivas do que em qualquer outro local de Loriga. Foi no Tapado que gravámos este homem, com uma memória prodigiosa. poderia estar horas a recitar quadras como ele diz, que ouviu ao seu pai, durante a infância e juventude.

E assim chegámos ao almoço.
Depois de saciados com um almoço meio acelerado, já com as malas aviadas para partir de imediato, ainda esperámos pelo início da Visita Pascal.  Registámos o som característico dos sinos, com o tradicional: Andai, andai, andai... Que o padre já lá vai...


Ficou ainda registada a visita a uma das primeiras casas, bem como o tradicional gesto do padre ou de um dos seus ajudantes atirar os rebuçados do "palanquim" da Residência Paroquial.
E assim terminava um intenso fim de semana de Páscoa, vivido, de forma diferente, sempre a correr, num alvoroço constante, com a preocupação de registar o mais possível. As oportunidades não surgem todos os dias e havia que rentabilizar ao máximo o esforço que foi feito para recolher , para memória futura os registos  destes rituais que marcam a nossa identidade como povo.
O resultado imediato foram dois programas, um de rádio, emitido pela Antena 1 no dia 10 de abril e um de televisão, que foi emitido no dia 11 de junho.
Aqui ficam os links para quem quiser ver ou rever os mesmos.



São devidos agradecimentos ao Tiago Pereira e à sua equipa, em primeiro lugar. Aos presidentes de Junta de Alvôco da Serra, Gina Brito e de Loriga, António Mauricio, pelo apoio que nos deram.
Também a todos os que connosco colaboraram de qualquer forma, destacando o Fernando Mendes da Loripão, o Carlo Brito do Viveiro de Trutas do Aguincho e todos os que se dispuseram a colaborar ativamente como intervenientes nas gravações.
A todos um grande "Bem Hajam"!!!