Blogue Iniciado em 31 Julho de 2008

Trova Nossa

Este Blog pretende ser um espaço de informação sobre várias matérias relacionadas com a Música e o Som de uma forma geral, mas irá ter uma preocupação muito especial com a nossa música tradicional, por um lado, e, por outro, com as Músicas do Mundo.
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segunda-feira, 5 de outubro de 2020

O que comemoramos em 5 de Outubro?...

 Para Refletir...

Hoje comemoramos, por decisão governamental, como vem sendo hábito desde que foi implantada a República, o dia da sua implantação.
No entanto esta data tem uma efeméride, talvez a mais importante da nação portuguesa, que raramente é referida, sabe-se lá porquê!?... É a data do Tratado de Zamora.
 Os nossos governantes sempre que isso lhes convém, nomeadamente para se afirmarem em negociações europeias, afirmam que Portugal é a única nação europeia com as mesmas fronteiras e com uma história de oito séculos. No entanto, ignoram, ao invés da maioria dos países a data da sua independência. Comemoramos com pompa e circunstância a Restauração da Independência em 1 de dezembro de 1640, mas apagamos da nossa memória coletiva  o dia que marcou, efetivamente o nascimento do Reino de Portugal. Penso que já era tempo de, sem apagar a data da Implantação que se celebra hoje, incluir nas comemorações e com isso dar o devido destaque à comemoração do Tratado de Zamora e ao nascimento da Nação Portuguesa. Digo eu!!!


O Tratado de Zamora – 5 de Outubro de 1143

Neste dia um D. Afonso Henriques, com 34 anos de idade e com feitos militares incríveis tanto contra Castela e Leão, como contra Mouros, encontra-se com seu primo D. Afonso VII de Leão e Castela.

As vitórias militares impostas anteriormente, o desejo da nobreza Portuguesa em ser independente, e os inimigos Mouros comuns a Sul muito ajudaram à assinatura deste tratado.

Nele D. Afonso Henriques reconhece D. Afonso VI de Leão e Castela como Imperador de toda a Espanha. Mas garantindo com isso que D. Afonso VI de Leão e Castela o reconheça como Rei de Portugal.

Assim sendo a Independência estava assegurada de facto. E apenas pormenores legais com a Santa Sé adiaram mais trinta e seis anos o reconhecimento europeu.

Mas para todos os efeitos, a partir de dia 5 de Outubro de 1143 D. Afonso Henriques tornou-se o Rei de Portugal, e fundador da Dinastia de Borgonha.

Fonte: https://www.ofportugal.com/

Implantação da República

No dia 5 de outubro de 1910 deu-se a implantação da República em Portugal. Esta ação foi levada a cabo por um movimento de cidadãos apoiantes do republicanismo nacional e também pelo Exército.

Estes cidadãos não concordavam que Portugal fosse governado mais pela monarquia, cercam o Palácio Real e obrigam o rei a exilar-se na Inglaterra. Houve resistência em algumas cidades, especialmente no interior do país, mas a força das armas acabou se impondo.

Chefiados por Teófilo Braga, os cidadãos procederam a um golpe de estado, destituíram a monarquia constitucional e implantaram o regime republicano.

Após a proclamação da República foi criado um governo provisório chefiado por Teófilo Braga. Em agosto de 1911 foi aprovada uma nova Constituição, tendo início a Primeira República Portuguesa.

O primeiro Presidente da República foi Manuel de Arriaga, eleito pelo Parlamento a 24 de agosto de 1911.

Fonte: https://radionovaantena.com/

domingo, 9 de agosto de 2020

Loriga Vila Lusitana - Reflexão...

 Loriga Vila Lusitana - Festival Lusitânia Folk e Feira Lusitana

(publicado no jornal Garganta de Loriga) 

O ano de 2020 tem sido um ano atípico a todos os níveis, mas o setor da cultura é, sem dúvida, um dos mais afetados, senão mesmo o mais penalizado. Todos os Festivais, Feiras, Festas e Romarias foram cancelados ou adiados.

Apesar desta circunstância, o nosso evento não foi afetado, uma vez que já havíamos assumido que o ano de 2020 seria um ano de pausa. Temos, no entanto, muita vontade de retomar o evento em 2021.

Porém, há um conjunto de condicionalismos que, se não forem ponderados e ultrapassados, poderão inviabilizar a sua realização.

É urgente uma reflexão profunda de toda a comunidade loriguense, desde os responsáveis autárquicos, aos dirigentes associativos, aos empresários e até a cada loriguense individualmente, no sentido de nos questionarmos sobre a importância que este tipo de realizações tem para o desenvolvimento e sustentabilidade da nossa comunidade.

Voltando um pouco atrás, podemos verificar que este projeto nasce do querer, da mobilização e do sentido de comunidade que, quando verdadeiramente “queremos e cremos”, consegue transpor todas as dificuldades para, de forma exemplar, mostrarmos a força indómita da união dos loriguenses.

Foi assim na grande realização dos 500 anos do Foral! Foi assim no Orçamento Participativo que deu origem à primeira edição de Loriga Vila Lusitana! E será assim, sempre que nos unirmos em torno de qualquer projeto que acreditemos ser possível concretizar.

Já todos percebemos que a indústria que pode, neste momento, contribuir para melhorar as condições de vida e dar sustentabilidade à comunidade residente de Loriga é o Turismo.

A natureza dotou-nos de um enquadramento paisagístico de excelência. Este é sem dúvida um dos aspetos importantes para atrair visitantes. No entanto, só isso não chega! Em paralelo com este fator, há outros que podem e devem fazer a diferença, não só para atrair visitantes, mas para os manter connosco e contribuir para que repitam as visitas.

E é aqui que a cultura pode fazer a diferença!

As nossas tradições ancestrais, a música, a gastronomia, o património…

São estes fatores que marcam a diferença e quem faz essa diferença são as pessoas!

E é com esta convicção que dizemos que toda a comunidade deve refletir sobre estas questões.

Parafraseando John Kennedy, ao invés de nos perguntarmos: - O que é que a minha terra pode fazer por mim? Devemos perguntar: - O que é que eu posso fazer pela minha terra?

Todos somos poucos para realizar este desafio!...

Que ninguém espere medalhas ou reconhecimento. O maior reconhecimento e a melhor medalha é ver Loriga sobreviver ao definhamento e à desertificação que caracterizam o nosso interior. É evidente que há muita responsabilidade do “centralismo”, quer nacional quer regional, mas compete-nos a nós, a cada um, dar o seu contributo para inverter esta tendência.

Assim, voltando a centrar-nos no nosso evento, diríamos que a edição de 2021 deve ser pensada em comunidade.

O balanço das três edições anteriores, pese embora o grande esforço das equipas que as produziram, é francamente positivo.

Senão vejamos: Conseguimos realizar três edições do Festival Lusitânia Folk, com uma qualidade acima da média neste tipo de festivais. Mantivemos a sua internacionalização e isso é um grande fator de diferenciação e de promoção turística. Qualquer campanha de promoção internacional de Loriga custaria cinco vezes mais que o investimento total do festival.

Não falamos apenas dos grupos e artistas estrangeiros que atuaram no Lusitânia Folk, mas também nos portugueses que atuam nos melhores festivais estrangeiros deste género musical.

Passaram por aqui os nomes mais sonantes do folk celta em Portugal: Ronda dos 4 Caminhos, Galandum Galundaina, Albaluna, Roncos do Diabo, Espiral, Velha Gaiteira, Alma Menor…

Na última edição, por exemplo, os Beltaine, grupo Polaco que atuou no último dia, participaram no dia anterior no Festival Celta de Ortigueira, na Galiza e anunciaram aos 80 mil que seguiam a sua atuação, que no dia seguinte estariam em Loriga, na Serra da Estrela, em Portugal. 

Quando chegaram à Polónia publicaram nas suas páginas inúmeras fotos das nossas belas paisagens, divulgando junto de milhares de fãs a nossa natureza única.

Os Galegos Virandeira, da segunda edição, continuam a manifestar, porque os acompanhamos, o agrado que tiveram e a forma única como foram recebidos em Loriga. O mesmo acontecendo com os Feten Feten de Valladolid ou do Anxo Lorenzo Trio, que nos levaram para a Escócia, para a Áustria e para a Galiza.

Todos eles nos dão notícia de que falam de nós nos diversos festivais em que participam: em Espanha, França, Itália, Irlanda, Escócia, Alemanha, Polónia…

A avaliar pela quantidade de propostas de músicos e grupos que manifestam a sua vontade de participar no nosso festival, podemos dizer que esta é já uma marca que tem prestígio na comunidade internacional que segue a música celta, em particular, e a música folk, em geral. E o nome de Loriga está indelevelmente associado a esta marca de qualidade.

A nossa Feira Lusitana é outro fator de diferenciação, mas aqui podemos e devemos melhorar um conjunto de aspetos que, nomeadamente na última edição, não correram como seria desejável.

É aqui que a solidariedade e cooperação da comunidade se tornam mais importantes. É também aqui que as associações loriguenses podem e devem investir. E se investirem bem podem retirar dividendos que lhes permitam encarar cada ano com mais valor acrescentado. Só a título de exemplo, as associações do município de Óbidos sobrevivem quase o ano todo com as verbas que encaixam durante os dias do Mercado Medieval de Óbidos.

Se não nos unirmos e virarmos as costas uns aos outros ninguém ganha, mas, seguramente, Loriga perderá e muito!

Nas situações de cooperação e união temos sido fantásticos, com resultados notáveis! A construção da Casa de Viriato, a realização dos Rituais com o grupo de jovens, a confeção dos fatos com as costureiras voluntárias, as reconstituições históricas com o grupo de loriguenses da grande Lisboa, a solidariedade e os contributos monetários da Diáspora Loriguense… são exemplos ilustrativos do sucesso da união e cooperação.

Infelizmente também temos exemplos de egoísmo e falta de solidariedade e são esses que devemos a todo o custo evitar. 

A sustentabilidade financeira deste evento é a primeira e a maior das preocupações da equipa organizadora. Não houve em nenhuma das edições anteriores qualquer derrapagem financeira. No entanto, os pagamentos a todos os credores, nas duas últimas edições não puderam ser garantidos pelas verbas orçamentadas.

Este é um aspeto que tem que ser ponderado porque, embora compreendendo as dificuldades de liquidez da nossa Junta de Freguesia, não se pode realizar um evento em julho esperando que os artistas sejam pagos em dezembro ou em janeiro seguintes. Todos receberam a tempo e horas porque alguém, que não tinha obrigação de o fazer, adiantou essas verbas.

É com a consciência de todas estas dificuldades que partimos para a quarta edição, apelando a todos para que não deixem cair este projeto. Este projeto alavancou um conjunto de realizações culturais que aconteceram ao longo de todo o ano nos últimos três anos.

As celebrações do Equinócio, a Conferência sobre a Cultura Celta, as caminhadas com os almoços comunitários, são tudo ocasiões de dinamização da comunidade. São importantes na criação de uma cultura de comunidade e de realização coletiva que deve manter-se para estreitar laços e enriquecer o tecido social e económico, pois o comércio local tem muito a ganhar com este tipo de eventos.

Este ano de ausência de festividades pode e deve ser um momento de reflexão para que, nos anos vindouros possamos, com mais energia e vigor, apostar forte na consolidação de projetos como este, baseados e cimentados num esforço coletivo e solidário em prol daquilo que realmente conta e que nos deve manter unidos: A nossa Loriga!

Por Loriga e Para Loriga, sempre!...



  


  




 


segunda-feira, 18 de maio de 2020

Memórias...

Nos idos anos 90, lecionava no Colégio Nuno Álvares da Casa Pia de Lisboa e dinamizava vários projetos musicais na instituição. Mas cá fora, mantinha intensa atividade musical e, entre outras coisas, produzia espetáculos infantis.
Um desses espetáculos chamava-se: Robin dos Bosques na Floresta dos Estronsos. Era uma parceria com o Carlos Varela, à altura membro do Teatro da Lanterna Mágica e formador do FAOJ, na área dos Bonecos Animados. Ele construiu os personagens, os Estronsos e eu tratei da parte musical, de alguns textos e da encenação. Os protagonistas, para além de mim que fazia de Robin dos Bosques eram o meu filho Sérgio e uma aluna do colégio, a Mara. Na gravação da banda sonora, participaram, ainda, a Inês e a Madalena, também elas alunas do colégio. 


O Robin, a Mara, o Sérgio e os Estronsos

Este tema que partilho convosco era um dos temas da banda sonora: A Cidade do Sonho
Era um apelo à fantasia e à imaginação... Depois do aparecimento de uma bruxa, que muito assustava as crianças, o aparecimento do Robin e da Fada da Floresta acalmava a crinaçada que cantava connosco, em côro... Basta querer com vontade... Com firmeza desejar... E como uma criança... De verdade 
acreditar...


Publicaremos outras cantigas desse tempo...

Voltaremos a essas memórias.