Nos últimos anos, vem acontecendo, em Loriga, na Serra da Estrela, a tradicional "Chocallhada" na noite de S. Martinho.
É uma tradição que tem a ver com o facto de, desde há muito as gentes da serra se dedicarem à pastorícia.
O gado, quer ovino e caprino, quer bovino, que abundava muito na região de Loriga noutros tempos, usava a "loiça" (chocalhos e campaínhas) para anunciar a sua presença e para indicar ao pastor por onde andava, quando algum se tresmalhava.
Assim, os pastores pegavam na "loiça" do seu gado e, e desciam ao povoado na noite de S. Martinho, animando com o grande alarido dos chocalhos as gentes de Loriga.
O gado, quer ovino e caprino, quer bovino, que abundava muito na região de Loriga noutros tempos, usava a "loiça" (chocalhos e campaínhas) para anunciar a sua presença e para indicar ao pastor por onde andava, quando algum se tresmalhava.
Assim, os pastores pegavam na "loiça" do seu gado e, e desciam ao povoado na noite de S. Martinho, animando com o grande alarido dos chocalhos as gentes de Loriga.
Ao investigarmos esta tradição, deparámo-nos com algumas explicações interessantes, se bem que, algumas delas, contraditórias.
Para uns, trtava-se de uma forma de ritualizar os medos que os pastores sentiam. Quando, isolados no cimo da serra, enfrentavam as intempéries e os perigos da proximidade dos lobos esfomeados, sentiam alguns medos, quanto mais não fosse, pela solidão e impossibilidade de ter ajuda, caso algo corresse mal. Esta tradição tão ruidosa era uma forma de "espantar os maus espíritos", para que não exercessem as suas más influências sobre si e os seus rebanhos.
Outra explicação leva-nos à tradição da quadra do S. Martinho. Como era a altura de provar o vinho e os pastores, normalmente estavam com os rebanhos mais próximos da vila, sentiam-se mais seguros e abusavam um pouco mais da bebida, o que naturalmente era causa de alguma euforia exagerada. Assim, pegavam na loiça do seu gado e davam largas a essa euforia causada pela abundância do vinho.
Também há quem diga que, por esta altura era o tempo de os rebanhos regressarem da transumância para perto da vila e esta era uma forma de anunciar a alegria que os pastores sentiam ao voltarem ao convívio com as suas famílias e amigos.
O certo é que se trata de uma tradição muito interessante e, em boa hora retomada por um grupo de homens e rapazes que a têm mantido e se espera continuem a manter.
Também a ANALOR - Associação dos Naturais e Amigos de Loriga, com sede em Sacavém, tem feito reviver nesta cidade as tradições da sua terra, nomeadamente esta, noite de S. Martinho e as Janeiras por altura do Natal.
Também a ANALOR - Associação dos Naturais e Amigos de Loriga, com sede em Sacavém, tem feito reviver nesta cidade as tradições da sua terra, nomeadamente esta, noite de S. Martinho e as Janeiras por altura do Natal.
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