Como referi na altura, em "post" que aqui publiquei, no Jantar de Natal do Grupo "ComCordas", a Profª Maria do Espírito Santo após a leitura do Relatório de Actividades do Grupo, brindou-nos com um texto interessantíssimo, onde eu era o principal visado, que prometi publicar aqui posteriormente.
Pois... com a devida autorização da autora, publico hoje esse bonito texto. Trata-se de uma "Redacção", daquelas que tantos de nós fizeram na "Escola Primária" em que a autora, que tantas vezes teve que corrigir estas "Redacções" ao longo da sua vida de professora, se coloca na pele de uma criança de sete anos.
A Profª Maria do Espírito Santo, ao centro, no momento da leitura do texto, no final do jantar
Eis o texto:
O nosso professor de cavaquinho visto pelos olhos de uma criança de sete anos...
O nosso professor de cavaquinho chama-se Pinto Gonçalves. Eu acho muita graça ao nome de Pinto e às vezes dou comigo a pensar que se o pinto crescer temos de lhe chamar Galo.
O nosso professor é um bocadinho gordo e um bocadinho magro. Também é um bocadinho velho e um bocadinho novo. Se não tiver 30 anos, 20 tem de certeza.
O nosso professor sabe música mas eu não sei se ele sabe muito porque como eu sei pouco não posso saber se ele sabe muito.O que eu sei é que ele toca os instrumentos todos e até os leva para a aula para nós vermos. Desde a Gaita de beiços até à Gaita de Foles acho que já levou as gaitas todas. Só não me lembro de ver o Piano, mas... também não sei se o Piano é gaita!...
Quando o nosso professor está cansado de ensinar ele pára um bocadinho e conta uma anedota; às vezes até conta duas... ou três. Ai se os nossos encarregados de educação ouvissem! Mas não ouvem... e nós gostamos e rimos todos.
O nosso professor deve gostar muito da sua terra que se chama Loriga e fica na Serra da Estrela. Fala muito nela e até já prometeu que nos levava lá mas só se soubermos tocar muito bem. Ah! Então a mim não me leva, não.
O nosso professor tem um grupo de percussão que é a menina -dos-seus-olhos. Chama-se Ribombar. Eles Ribombam em todo o lado, de dia e de noite, nos Carnavais, nas Feiras, nas ruas... deve ser bué da fixe Ribombar! Quando eu for grande, se o meu pai me deixar, vou ser professora de Ribombar.
E "prontos", como não tenho mais nada a dizer, a não ser que me lembre mais daqui a bocadinho, vou acabar.
Eu gosto muito do meu professor e os outros meninos também.
Nota:
Com alunos destes, é um orgulho enorme ser professor!
São testemunhos e momentos como estes que nos gratificam e nos realizam!...
Muito obrigado à autora e a todos os elementos do grupo que muito me têm dado e com quem tenho partilhado momentos inesquecíveis de alegria e convívio, a provar que a verdadeira juventude está, de facto, no espírito com que se encara a vida.
Sem comentários:
Enviar um comentário